Em crise com os EUA, TikTok anuncia Conselho de Jovens

O TikTok anunciou na semana passada o lançamento do Conselho de Jovens, iniciativa que busca consolidar a segurança do público jovem na plataforma. O Conselho será composto por 15 jovens de diversos países (incluindo o Brasil), com idade entre 15 e 18 anos. O projeto surge no momento em que o app de vídeos curtos, que conta com mais de 1 bilhão de usuários ativos no mundo, enfrenta um futuro incerto nos Estados Unidos.

Isso porque a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou um projeto de lei que exige que a ByteDance, empresa chinesa proprietária do TikTok, venda o aplicativo ou se desvincule completamente da empresa. A medida tem como pretexto proteger a segurança nacional dos EUA, alegando que o governo chinês pode usar o TikTok para espionar cidadãos americanos.

Se o projeto de lei for aprovado pelo Senado americano e sancionado pelo presidente Joe Biden, que já concordou em fazê-lo, o TikTok terá que se desfazer de sua operação americana ou ser banido do país. Isso seria um golpe significativo para a empresa, que tem milhões de usuários e gerou bilhões de dólares em receita nos EUA.

As principais preocupações dos Estados Unidos

O governo dos EUA teme que o TikTok possa coletar dados de usuários americanos e compartilhá-los com o governo chinês. A ByteDance nega essas alegações e afirma que os dados dos usuários americanos são armazenados nos EUA e não estão sujeitos à lei chinesa.

Há também a preocupação de que o governo chinês possa censurar conteúdo no TikTok ou influenciar o algoritmo do aplicativo para promover propaganda. A ByteDance afirma que o conteúdo da plataforma não é controlado por razões políticas.

Exigências contraditórias

O que chama atenção ao longo de todo o caso é a arbitrariedade das autoridades americanas. Embora o TikTok reafirme o cumprimento das regras de segurança de dados, o que é corroborado por pesquisas, um risco hipotético e sem qualquer indício concreto tem um peso maior nas decisões.

A real preocupação dos EUA, no entanto, parece estar além do âmbito jurídico. Pela primeira vez na história, a rede social mais popular do mundo não é americana – e sua sede fica justamente em Pequim. Banir o TikTok para eles significa frear o avanço do adversário geopolítico na influência global. Depois de décadas de hegemonia, os americanos precisam se desapegar da ideia de controlar o consumo de informação no mundo, como no caso Israel/Palestina.

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