Este é Bobby Penny, meio-campista do Inverness CT, da Escócia.
Aos 24 anos, Penny é capitão e peça-chave da equipe. Já acumula em sua carreira 199 partidas oficiais, com 29 gols, além de algumas exibições pela seleção escocesa. No entanto, há um pequeno detalhe nessa história: Bobby não existe.
Ou melhor, ele existe apenas no Football Manager, tradicional franquia de jogos. E sua foto, estampada aqui no artigo? Trata-se de um rosto fictício, gerado aleatoriamente por inteligência artificial. O rosto 1154 de 15999, isso apenas entre o fenótipo caucasiano. Assustador, eu sei.
Os responsáveis por essa iniciativa são um grupo de fãs do jogo, liderados pelo streamer Zealand. Eles treinaram um programa de IA para gerar milhares de rostos humanos não-reais, que são adicionados ao FM pelos usuários. O nome do aplicativo é NewGAN, junção de “newgen” (nome dado aos jogadores fictícios gerados automaticamente no Football Manager) com GAN (generative adversarial network), a tecnologia por trás da geração de faces.
O GAN é um modelo de machine learning que promove o confronto entre um software gerador de arquivos e um discriminatório, que verifica a compatibilidade dos arquivos gerados com o produto desejado. Esse sistema permite que a inteligência artificial crie de forma mais precisa e consistente.
O StyleGAN, software base para a criação dos rostos fictícios, é desenvolvido pela NVIDIA e está em sua terceira versão. A companhia disponibilizou o software aberto em 2019. Vários sites pela internet possuem sua versão de criação, como o This Person Does Not Exist.
Imagens criadas por IA são um tema recorrente aqui no Tecnofanias, e certamente nos impressionam. Mas há uma diferença considerável entre um gato de óculos escuros e um rosto humano absurdamente similar a um verdadeiro. As possibilidades que se abrem para criadores de deepfakes e golpistas em geral são alarmantes. É preciso ter muito cuidado com a veracidade dos conteúdos que circulam na internet.
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