‘Pera aí… Conta melhor essa história. Desde quando que esse recurso não deu certo?
Calma que eu vou explicar melhor…
Antes do Skype, Facetime e Zoom se tornarem essenciais em nossas vidas, principalmente na pandemia, as “calls” foram um grande fracasso comercial. Só que nos anos 70.
A ideia de falar com uma outra pessoa, utilizando recurso de voz e vídeo, não é nova. O primeiro dispositivo se chamava Picturephone e havia sido lançado pela AT&T há 50 anos.
Faz um tempão.
Ele era tudo que você pode imaginar de um gadget retrofuturista dos anos 70: parecia uma mini tv com um display monocromático de 6 polegadas. Para a época, até que ele tinha alguns recursos interessantes, incluindo zoom, compartilhamento de documentos, mute e um “modo de privacidade”.
Stanley Kubrick e Arthur Clarke, na famosa obra “2001: Uma Odisseia no Espaço”,
incluíram a videoconferência como parte de suas fantasias sobre o futuro da
humanidade. Segundo o site Mashable, o filme previa que o custo de ligar do
espaço para a terra seria de 9 reais por minuto. Se a gente parar pra pensar, há alguns
anos, a previsão do preço até que seria razoável (ainda bem que agora temos os pacotes e planos).
Mas isso não foi o que aconteceu.
O preço era muito alto. A instalação custava o equivalente a R$ 5.500. Só a instalação. A
mensalidade, por outro lado, chegava a míseros R$ 5.900. Ah, você só teria direito a 30
minutos de conversa, viu?
Com valores tão acessíveis assim, a empresa acreditava que, até o ano de 1975, o serviço
estaria em 100 mil lares. A realidade, por outro lado, não foi tão bondosa assim: no auge da
popularidade, apenas 453 aparelhos estavam ativos.
Todo e qualquer produto só será viável se puder ser consumido em grande (ou pequena,
desde que planejada) escala. Se não há procura, não existe produto. O Picturephone era
um conceito procurando um mercado e, para a surpresa da AT&T, o conceito causou um
prejuízo de 17 bilhões de reais.